Qual é a fórmula do sucesso do Paris Saint-Germain na temporada 2024/25? Campeão da Ligue 1 — com antecedência —, da Copa da França e finalista da Champions League, o clube francês mudou sua forma de entender e gerir futebol após a chegada de um novo líder: Luis Enrique. No PSG desde 2023, o treinador espanhol potencializou jogadores, construiu uma política de contratações com menos holofotes e demonstrou conhecimento suficiente para poder colocar a equipe, enfim, no topo da Europa.
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O PSG encara a Inter de Milão neste sábado, 31 de maio, com transmissão ao vivo na TNT e na Max. A partida ocorre na Allianz Arena, com a presença de pelo menos 18 mil torcedores parisienses de olho na Orelhuda.
São duas temporadas em que o PSG chega ao menos na semifinal da maior competição de clubes do mundo. Curiosamente, foram em anos anteriores a Luis Enrique que o clube se baseou num concentrado de jogadores renomados, como Neymar, Messi, Di María e Mbappé, em Madri desde o ano passado.
Luis Enrique chega, ambiente muda

Lionel Messi deixou o PSG dois dias antes de Luis Enrique ser anunciado e apresentado no CT do clube. Neymar, pouco depois, também se despediu dos companheiros. Com a saída dos dois astros, o treinador espanhol tomou a decisão de seguir um caminho diferente do que havia sido pivô dos projetos do Paris Saint-Germain em busca de grandes conquistas.
Coube a Luis Enrique definir as atenções da diretoria, capitaneada por Nasser Al-Khelaifi e comandada por Luis Campos. O PSG, que ainda tinha Mbappé com mais um ano de contrato, nunca deixou de ter dinheiro para contratar. Mas, ao invés de apostar em superestrelas, o clube optou por olhar para o coletivo e não repetir erros cometidos nos últimos 10 anos.
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Mbappé seguiu e manteve a média de pouco mais de 40 gols na temporada (foram 41 em 43 jogos). Por mais que o atacante fosse protagonista em campo, Luis Enrique fez questão de colocar o craque como uma peça que só disputaria torneios como a Champions League caso encaixasse em uma engrenagem coletiva. O PSG fechou a temporada em alta: títulos da Ligue 1, da Copa da França, da Supercopa da França e semifinalista da competição europeia, eliminado pelo Borussia Dortmund.
Para uma temporada de estreante na França, nada melhor para Luis Enrique do que manter a hegemonia francesa e se destacar na maior competição de clubes do mundo. Mas a sede sempre foi por mais.
Contratações caras e assertivas

A janela de transferências de verão de 2024 é essencial para se entender a importância de Luis Enrique no PSG. Engana-se quem pensa que o Paris, por não ter comprado nenhum atleta com dezenas e dezenas de seguidores nas redes sociais, não investiu forte no mercado. Muito pelo contrário.
A saída de Mbappé ao Real Madrid liberou espaço na folha de pagamento e, posteriormente, três joias chegaram ao PSG. João Neves (20 anos), volante antes no Benfica, fechou com os parisienses por 60 milhões de euros. Willian Pacho (23 anos), que faz parte de uma boa geração de defensores equatorianos, deixou o Frankfurt por 40 milhões. Doué (19 anos), promessa do Rennes comparada a Neymar, fez o clube desembolsar 50 milhões de euros.
João Neves formou dupla de meio-campo com Vitinha e Pacho se aliou ao capitão Marquinhos na defesa. Doué concorria por uma vaga com Barcola e Dembélé, cada vez mais conectados. Em janeiro, a contratação de Kvaratshkelia, do Napoli, por 70 milhões de euros, aumentou ainda mais a competitividade do time, agora mais temido pelos adversários do que quando tinha superestrelas.
Eu joguei contra o Paris de Neymar, Messi, Mbappé, Di María, mas como time estão mais fortes. Porque agora 11 jogadores trabalham duro uns com os outros, talvez 11 jogadores sejam mais fortes que quatro jogadores”, disparou Peter Bosz, técnico do PSV, antes de jogo contra o PSG pela Fase de Liga.
Consolidação do projeto de Luis Enrique
O início da Fase de Liga da Champions 2024/25 foi duro para o PSG, que teve dificuldades impostas pelo sorteio indigesto. Foram três derrotas para gigantes europeus. A vitória contra o Manchester City por 4 a 2, na penúltima rodada, marcou a virada de chave na competição.
Fora do torneio europeu, o PSG manteve aproveitamento quase perfeito. O clube se sagrou campeão do Campeonato Francês com antecedência, e só foi sofrer derrotas após ter a taça garantida. Na Copa da França, uma caminhada até a conquista por 3 a 0 sobre o Reims, no último sábado (24).
Luis Enrique sob o comando do PSG
- Jogos: 110 (75,15% de aproveitamento)
- Vitórias: 76
- Empates: 20
- Derrotas: 14 derrotas
- Gols marcados: 271 (2,46 por jogo)
- Gols sofridos: 107 (0,97 por jogo)
- Títulos: Campeonato Francês (2x), Copa da França (2x)
Somos uma equipe ambiciosa que quer fazer história e para isso precisamos fazer algo que não foi feito antes. Então é bonita essa pressão. Creio e espero que não nos afete. Cada vez que vejo minha equipe especialmente essas última semanas no cenário que competimos me dá confiança, me mostra que temos personalidade e ambição”, disse o treinador, antes da semifinal da Champions.
O quão importante Luis Enrique é em todo esse processo? O treinador teve a capacidade de potencializar os jovens jogadores que deixaram de ser promessas para serem realidade. Em 2023/24 trouxe Dembélé, que foi de cabisbaixo no Barcelona a principal nome da equipe francesa, com 33 gols na atual temporada (veja raio-x dos gols). Contra o Arsenal, nas semis, o PSG pareceu estar um passo à frente durante todo o mata-mata. Sem Neymar, sem Messi e sem Mbappé.

O duelo contra a Inter de Milão será um confronto de dois times sólidos. Na Allianz Arena, em Munique, duas ideias de jogo baseadas nas linhas altas, na compactação do setor de ataque em uma marcação quase que individual, serão postas à prova. É a chance de Luis Enrique erguer a Champions League pela segunda vez. Mas, diferente do Barcelona de 2015, sem estrelas.