Nuno Mendes, Vitinha, Gonçalo Ramos e João Neves fazem soar fortíssimo sotaque da língua de Camões no balneário parisiense; Portugal tem sido país de recrutamento para os franceses e já recebeu umas centenas de milhões; quarteto à esquina da galeria dos campeões europeus de clubes.
MUNIQUE – A final da UEFA Champions League deste sábado na Allianz Arena, em Munique, tem um carregadíssimo sotaque português, perante a legião de internacionais lusos que habitam no balneário deste PSG.
Nuno Mendes foi o primeiro a chegar e é o mais antigo jogador português no conjunto parisiense. Chegou em 2021/2022, por empréstimo do Sporting, que viu acionada depois a opção de compra que manteve o lateral-esquerdo em Paris até aos dias de hoje. A cedência rendeu 7 milhões, a transferência em definitivo €35 M.
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Já lá vão 128 jogos, nove golos e 17 assistências do internacional luso de 22 anos, que só sabe ser campeão desde que chegou. Esteve em todos os títulos do tetra consumado esta temporada e ainda tem no currículo duas Taças de França (2023/24 e 2024/25) e duas Supertaças (2022 e 2024).
No verão seguinte, sensivelmente pelo mesmo que rendeu Nuno Mendes, chegou Vitinha a Paris, transferido do FC Porto por €41,5 M. É, aos dias de hoje, um dos maestros da equipa.
O agora tricampeão francês (mais duas Taças de França e três Supertaças) tem 145 jogos pelo PSG, 18 golos e 11 assistências. E também espreita o primeiro troféu europeu como sénior — ganhou a Youth League pelo FC Porto em 2019.
Em 2023 chegou Gonçalo Ramos. Transferido do Benfica por empréstimo com opção de compra obrigatória, no valor de 65 milhões de euros, mais €15 M por objetivos. Bicampeão francês, espreita o 81.º jogo com a camisola do PSG na Allianz Arena. E aumentar o pecúlio de 32 golos e sete assistências, por forma a tentar agarrar o tão desejado ceptro europeu.
Por último, mas não menos importante na equipa, o pequeno, mas enorme, João Neves. É o mais recente representante da armada lusa no balneário e completou o grupo de mosqueteiros portugueses às ordens de Luis Enrique. Chegou, viu e conquistou Paris. Saiu do Benfica a troco de €59,9 M, mais €10 M por objetivos. Fez 51 jogos nesta primeira temporada, marcou cinco golos e fez nove assistências. Ganhou tudo o que havia para ganhar em França nesta primeira temporada.
Agora sonha com a entrada na galeria dos campeões europeus portugueses, ele que venceu a Youth League pelo Benfica em 2022.
Aquela onde figuram já muitas dezenas de nomes. De Coluna a Eusébio, Simões ou José Águas, no Benfica dos anos de 60, de Futre, a Jaime Magalhães, João Pinto ou Inácio, no FC Porto dos de Vítor Baía, Ricardo Carvalho, Deco ou Maniche, ou Paulo Sousa, Rui Costa, Luís Figo, e, claro, o rei Cristiano Ronaldo, que já venceu a orelhuda por cinco vezes e é o mais titulado português de sempre, o vice-rei Pepe, com três Champions no currículo, e Nani, José Bosingwa, Bernardo Silva ou Rúben Dias, entre vários outros.