Treinador diz que pela vida que tem está muito feliz no Qatar, mas sente falta de competitividade
A passagem pelo Botafogo foi marcante para Artur Jorge, em termos desportivos e pessoais, tanto que no regresso à Cidade Maravilhosa falou de desejo de voltar ao Brasil, para treinar.
No Rio de Janeiro alcançou a glória como treinador do Botafogo. Apaixonou os adeptos e apaixonou-se pelos adeptos e pela neta do ídolo alvinegro Nilton Santos. Protagonizou um polémico divórcio e agora que está de férias decidiu voltar ao Rio para namorar e para ser «namorado» por aqueles que com ele vibraram. Distinguido com o título de Cidadão Honorário da Cidade Maravilhosa foi ao lado da namorada Hanna Santos que decidiu passar os primeiros dias de férias no Rio de Janeiro para dar uma extensa entrevista ao Globo Esporte e falar do desejo de voltar ao Brasileirão.
«Faz parte do meu projeto de carreira voltar ao Brasil. Confesso que já tive a oportunidade. Neste curto espaço de tempo que estou fora, já fui convidado para regressar. Mas, dentro de um projeto que quero que seja ganhador, tenho a proposta para poder ganhar no Al-Rayyan, e quero vencer lá. É um clube que já não ganha há algum tempo e quero tentar começar uma temporada desde o início. Mas, sim, faz parte do meu projeto voltar ao Brasil. Exatamente pela competitividade que o campeonato me oferece,pelos jogadores extraordinários e com todos os clubes muito fortes», afirmou.
Nesta extensa entrevista ao jornal brasileiro ge, Artur Jorge recordou o percurso vitorioso no Botafogo e admite uma possível mágoa dos alvinegros pela forma como saiu do clube: «Cada um lida com isso de formas diferentes. Não há uma fórmula. Gosto de pensar naquilo que fica, e que não será mais apagado, que é o nome da equipa de 2024, aqueles que fizeram parte, o nome da primeira equipa a conquistar uma Libertadores para o Botafogo. Os momentos mágicos que vivemos.»
Hoje o Botafogo é treinado «pelo amigo Renato Paiva» e Artur Jorge treina o Al-Rayyan, depois de o empresário, e também amigo, Hugo Cajuda o ter transferido para o Qatar. «Há um trabalho dele para eu poder ter possibilidades para que possa escolher, dentro delas, a que considero melhor para mim», disse o treinador, afirmando que uma dessas possibilidades foi ser selecionador do Qatar: «Há um mês, estiveram em um processo de escolha, e sei que o meu nome foi um dos nomes mais fortes sobre a mesa para fazer parte disso. Mas também sei que houve uma influência, acredito que real, do meu sheik para continuar no projeto que tenho no Al-Rayyan.»
Artur Jorge admite que é feliz no Arábia mas confessa sentir falta de pressão: «Estou muito feliz, sobretudo pela vida que levo. Uma vida em que passei do 80 para o 8, em termos de aceleração. Aqui no Brasil, é uma vida muito mais agitada, também mais tensa, confesso, pessoalmente. A qualidade de vida, num país e numa cultura completamente diferente, faz toda a diferença. O que mais me faz falta, é a competitividade. Não é possível comparar o que é o contexto competitivo em que hoje estou inserido com o do Brasil. Não é assunto. Isso me faz falta, mas neste momento, em contrapartida, vejo o que é a minha qualidade de vida como prioridade. E, nesta altura, valorização para mim.»