Técnico português demonstrou-se satisfeito por estar a liderar o Botafogo numa competição tão prestigiosa como o Mundial de Clubes
A poucas horas de se estrear no Mundial de Clubes, Renato Paiva recordou com muita emoção todo o seu percurso enquanto treinador que o levou a estar nos EUA para liderar o Botafogo nesta competição, sendo que tudo começou nas escolinhas do Benfica.
«Não gosto de falar muito de mim, porque é um desporto coletivo e os jogadores estão acima de mim. Acima de todos, está o Botafogo. Hoje acordei com uma mensagem de Portugal que me emocionou bastante. Falava sobre o Renato que viam há anos na base do Benfica, que me acompanhavam desde sempre. Quando olhas para trás, vês que começaste nos sub-10, sub-14, em campos de areias… Quando comecei ali, eu tracei um objetivo na minha carreira que era chegar a este patamar de competição. Hoje acordei com essa mensagem para desfrutar. Não é mais o Renato dos meninos do Benfica, é o Renato de alguns títulos, com uma trajetória bonita e que está num gigante do futebol mundial. Eu olho para trás com alguma nostalgia, orgulho e a pensar em tudo o que me privei, em questões familiares, de estar de férias a fazer estágio… Todas as dificuldades que tive para estar aqui… Valeu a pena. Valeu muito a pena. Esse desfrutar é limitado, eu tenho que treinar uma equipa. Custou, doeu, mas valeu a pena», começou por dizer, em conferência de imprensa de antevisão ao jogo da primeira jornada da fase de grupos, diante dos Seattle Sounders.
«Eu escuto muitas vezes as pessoas falarem disso, da ansiedade, como é que vamos fazer com a ansiedade? Vamos aceitá-la, naturalmente. É a primeira competição que se faz deste género, é o primeiro Mundial de Clubes, estão aqui 32 equipas, estamos numa elite do futebol mundial, como é que não vai haver ansiedade? Realmente vai haver ansiedade e eu acho que a melhor forma de controlar a ansiedade é saber viver com ela, e é saber que ela existe, não é estar um elefante na sala e dizeres que está tudo bem», disse, lembrando que, assim que o árbitro apitar, tudo isso desaparece.
«É não mudar o trabalho que estamos a fazer e que está a fazer os jogadores crescerem. É sermos nós próprios. O nosso desafio é, independentemente de quem esteja do outro lado, respeitarmos a nós mesmos. Respeitar o nosso adepto, a identidade do clube e os jogadores. É pôr em prática o colocamos desde o primeiro dia. Eles sabem o que têm que fazer nas diversas fases do jogo. Quando a bola rolar, eu sou sincero, acabou a ansiedade. Acabou o que é externo. O treinador é igual», explicou, afirmando que têm de integrar os reforços, incluindo Arthur Cabral.
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«Para quem treina tão pouco, tudo foi aproveitado de facto nestes cinco treinos que nós fizemos para relembrar algumas coisas que se estavam a perder e que se notavam nos jogos, em especial que íamos fazendo no Brasileirão. Algumas coisas do nosso jogo, comportamentos que se estavam a perder por falta de treino. E nós agora podemos focar essencialmente no nosso jogo, naquilo que nós queremos. Até porque chegaram os jogadores novos e precisamos exatamente trabalhar esses detalhes, reforçá-los com os que aqui já estavam e apresentá-los aos que chegaram, para que amanhã possamos ser nós mesmos», atirou, desvalorizando a possibilidade de sonhar com o título.
«Eu entendo a pergunta, mas eu não sonho. Eu pouco durmo, imagina sonhar. Eu defino objetivos e trabalho por eles. Não tenho sonhos. O meu objetivo imediato é chegar aqui amanhã e ganhar, de preferência com uma boa exibição. Não adianta pensar no PSG se não vencermos amanhã. Isso tudo é muito real e temos que ser reais e verdadeiros. Temos que vencer o jogo e se possível jogando bem», afirmou, garantindo que todas as equipas querem vencer.
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«É incomparável. Na Europa, conversando com colegas do meus país, a ambição é enorme por essa competição, é a primeira vez que acontece. Não dá para comparar. Todos querem ganhar. Quem parou, deu uns dias de pausa e já voltou a treinar. Não tem uma equipa que olha para esse evento e diga que isso é pré-temporada. Todos estão focados», finalizou.