A paixão com que canta as músicas da torcida do Boca Juniors, o jeito como mexe as mãos em um gesto típico das arquibancadas xeneizes, a pouca idade, os olhos claros… Tudo faz desconfiar que se trata do famoso menino que vendeu o PlayStation para ver o time do coração na final da Libertadores de 2023. Dezenas de pessoas logo o param e pedem para tirar foto. Os repórteres de PLACAR se aproximam e já não têm mais dúvidas: é o pequeno Benjamin Kohan.
Benjamin, que ganhou o mundo com o entusiasmo que falava sobre o Boca Juniors, em uma reportagem do canal argentino TyC, saiu de Buenos Aires e foi ao Rio de Janeiro para acompanhar a final entre Fluminense e Boca Juniors. Detalhe. Ele e o pai Guido, sem tanta anuência da mãe Macarena, venderam um a moto e o outro o PlayStation para custear a viagem ao Brasil. Ainda assim, o dinheiro levantado não foi capaz de bancar os ingressos de última hora para o jogo no Maracanã.
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Não importava muito. Segundo o garoto, ver a festa da torcida nas areias de Copacabana já era o suficiente. O ingresso viria mais tarde como agrado de uma famosa atriz argentina, Carolina Ardohain, que se sensibilizou com a história. A agência de ingressos da Conmebol também entrou em contato com os familiares naquela oportunidade.
“Vendemos a moto do meu pai. Rifamos o meu Play[Station] para vir aqui. E não temos nem ingresso. Mas olha só o que é isso. Isso é Boca!”, gritou o jovem ao microfone na primeira vez em que ficou famoso.
Benjamin em entrevista para PLACAR na praia em Miami – Alexandre Battibugli/PLACAR
Benjamin foi visto em outro bandeiraço, desta vez, em Miami, para o renovado Mundial de Clubes da Fifa, agora com 32 equipes, entre elas, o Boca Juniors. Na famosa avenida Collins, na altura da 81ª rua, cerca de 300 torcedores do Boca Juniors tomaram a praia com música, bateria e, claro, um assado em uma churrasqueira montada sobre a areia.
Menino recuperou o PlayStation?
O menino não nega que sua vida ficou diferente depois daquele vídeo. Ele, inclusive, apareceu no material de divulgação das novas camisas do Boca Juniors para o Mundial de Clubes.
“Sei, sei [que fiquei conhecido no Brasil]. Foi uma loucura total. Desde o início do ano já vínhamos planejando e deu certo. Temos ingresso, voos, tudo. O Boca Juniors é paixão. É tudo. O Boca é muito grande e vou seguir para sempre”, disse Benjamin em entrevista para PLACAR.
Convites para eventos aqui e ali, aparições na mídia argentina e foi possível recomprar um PlayStation. O menino diz que se diverte com todo o tipo de jogo no videogame, mas o favorito, claro, é o EA Sports FC, o popular Fifa.
Torcedores do Boca Juniors fazem a festa em Miami Beach – Alexandre Battibugli/PLACAR
Aposta no Boca Juniors
Benjamin tem a paixão pelo Boca Juniors no sangue, mas entende que o time não é o favorito no Mundial de Clubes. Apesar da pouca idade, o menino mostra maturidade ao comentar o confronto diante dos demais times, a começar pelo Benfica. A missão deve ser tão ou ainda mais difícil do que contra o Fluminense na Libertadores, quando a equipe argentina terminou com o vice-campeonato.
“O Boca tem que ganhar mas, para mim, com um empate já fico feliz”, resumiu Benjamin antes de aliviar o calor nas águas refrescantes do verão de Miami Beach.
