O Al Hilal teria a chance de vencer o Manchester City no tempo normal na noite desta segunda-feira, 30, se não fosse um impedimento assinalado por milímetros, no Camping World, em Orlando, nos Estados Unidos, em partida válida pelas oitavas de final do Mundial de Clubes. O curioso é que a própria Fifa já pensa em uma proposta para validar lances de tão pouca diferença.
A proposta do Grupo de Estudos Técnicos da Fifa, capitaneado pelo ex-treinador Arsène Wenger, postergada para discussões com a Ifab (International Football Association Board) para o ano que vem, é trocar o ponto da polêmica. O jogador só estaria impedido se tivesse o corpo inteiro à frente do penúltimo defensor, e não apenas qualquer parte do corpo com a qual pudesse marcar gol.


Malcom foi um dos principais jogadores do Al Hilal contra City – Alexandre Battibugli / PLACAR
Aos 10 minutos do segundo tempo, em mais uma das suas tradicionais escapadas, Malcom foi derrubado dentro da área. O árbitro venezuelano Jesús Valenzuela chegou a assinalar pênalti, mas o atacante brasileiro estava milimetricamente impedido. Na marcação de campo, o auxiliar levantou a bandeira e o lance foi confirmado pelo sistema de impedimento semiautomático. Pouco tempo depois, Malcom foi substituído por Simone Inzaghi, ainda com a partida em 2 a 2.
A transmissão oficial da partida mostrou a ponta da chuteira do atacante brasileiro em condição irregular em relação ao zagueiro. Apesar da cara de decepção e de alguns gestos apontando o VAR, o impedimento foi marcado.
Impossível saber se sairia gol ou não na meta defendida por Ederson. O ponto é que a própria Fifa já considera acabar com esse tipo de impedimento, hoje validado de maneira semiautomática.
Desde que assumiu seu cargo na Fifa em 2019, Wenger tem se dedicado a repensar aspectos do jogo para torná-lo mais dinâmico e justo. A nova regra do impedimento, segundo o histórico treinador do Arsenal, daria mais liberdade aos atacantes e reduziria a quantidade de decisões interpretativas.
No 75º Congresso da Fifa, realizado em maio, em Luque, no Paraguai, o próprio Wenger disse que era para ter calma com esse tipo de discussão.
“Muitos gols são anulados devido a impedimentos muito, muito, muito mínimos, mas também queremos manter o equilíbrio no jogo”, disse. “O jogo já é muito atrativo. No momento, não parece que sofra da falta de gols. Por isso estamos cautelosos e vamos ver o que acontece.”
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