Em um futebol cada vez mais movido por cifras e urgências, a história de Clayton Silva é um alento raro, da dúvida ao brilho, da reserva ao protagonismo. Emprestado pelo Vasco ao Rio Ave, o atacante mineiro encontrou em Portugal não apenas um novo clube, mas uma chance de reescrever sua trajetória. E fez isso com maestria chegando ao fim da temporada 2024/25 eleito Jogador do Ano pelo clube português.
Clayton chegou ao Rio Ave sem alarde. Após atuar em apenas quatro partidas pelo Vasco, desembarcou na cidade de Vila do Conde como uma aposta modesta. Em campo, porém, transformou-se rapidamente em peça central da equipe. Foram 37 partidas ao longo da temporada, com 18 gols e 4 assistências, somando 3.193 minutos jogados, números que, por si só, já impressionam. Mas foi a constância, o poder de decisão e a entrega que conquistaram torcedores, companheiros e comissão técnica.
Na Liga Portuguesa, disputou 31 jogos, marcou 14 gols e distribuiu 3 assistências. Na Taça de Portugal, manteve o desempenho em alto nível, foram 6 partidas, 4 gols e 1 assistência, sendo um dos destaques do torneio. Em janeiro de 2025, o reconhecimento chegou também no cenário nacional e o brasileiro foi eleito o melhor atacante do mês, superando nomes de peso como Pavlidis, do Benfica. A premiação coroou não apenas seus gols, mas a presença de área, a leitura tática e o protagonismo que exerceu em momentos decisivos da temporada.
A escolha como Jogador do Ano é, portanto, mais do que justa. É simbólica e representa a força da resiliência e da reinvenção. Clayton não apenas venceu a desconfiança, ele conquistou seu espaço com trabalho silencioso e talento evidente. O jovem que chegou como incógnita termina a temporada como nome consagrado no clube. Com o fim do empréstimo se aproximando, o futuro de Clayton ainda é pauta de discussões. Mas, seja no retorno ao futebol brasileiro ou em novos voos na Europa, Clayton carrega agora o selo de quem transformou oportunidade em conquista.